Love in the Present, uma comédia-drama dirigida por John Crowley, explora a jornada romântica de dois personagens interpretados por Florence Pugh e Andrew Garfield. O enredo, escrito por Nick Payne, segue o encontro casual entre um chef talentoso e um jovem divorciado que, apesar das suas vidas opostas, se vêem envolvidos numa relação intensa e profunda. O filme oferece um olhar pungente sobre as relações e como elas mudam ao longo do tempo, enquanto navega entre a leveza e a gravidade.
L'Amour au présent será exibido nos cinemas a partir de 1 de janeiro de 2025.
Sinopse: Um chef em ascensão e uma jovem divorciada vêem suas vidas mudarem para sempre quando um encontro casual os une numa história de amor profundamente comovente que se estende por uma década.
Love in the Present, de John Crowley, é um drama romântico que se debruça sobre as complexidades das relações humanas face à doença e à mortalidade. Protagonizado por Florence Pugh como Almut e Andrew Garfield como Tobias, o seu companheiro, o filme explora as provações e esperanças de um casal confrontado com a recorrência de um cancro nos ovários. Alternando entre o presente, quando Almut descobre que o seu cancro voltou, e flashbacks que revelam a sua batalha inicial contra a doença, as suas dificuldades em conceber uma criança e momentos de intensa proximidade, O Amor no Presente é simultaneamente pungente e universal. A abordagem narrativa entrelaça memórias e momentos actuais, pintando um retrato sincero do amor e da sobrevivência emocional.
A estrutura do filme, assente num constante vaivém entre passado e presente, pode confundir o espetador, mas pretende captar a forma como as memórias se impõem às personagens. Estes flashbacks são mais do que elementos de contexto: exprimem dores e alegrias passadas, integrando cenas luminosas - como a gargalhada de Almut e da sua companheira no parque de diversões - com momentos mais sombrios, em que a gravidade da doença os domina. Esta construção narrativa ilustra o peso do passado que nunca deixa de assombrar o casal, mesmo quando tentam reconstruir uma felicidade frágil. Esta abordagem fragmentada reflecte os tormentos de Almut e Tobias com uma precisão perturbadora.
O coração do filme reside na química excecional entre Florence Pugh e Andrew Garfield, que encarnam este casal com uma sensibilidade e sinceridade desarmantes. Desde os primeiros minutos, Pugh cativa com a sua capacidade de lidar com emoções intensas sem nunca exagerar. Garfield, por sua vez, traz uma doçura e um apoio inabalável que contrasta com os seus próprios momentos de fragilidade. O seu dueto ressoa particularmente em cenas-chave, como aquela em que Almut exprime a sua angústia ao ver a sua relação com a filha chegar à sua morte iminente. Este momento de cortar o coração revela a profundidade emocional de Pugh, enquanto Garfield consegue exprimir, através de simples olhares, uma dor que as palavras não conseguem transmitir.
Apesar da profundidade do seu tema, L'amour au présent consegue também encontrar toques subtis de humor que nos recordam a humanidade das suas personagens. Uma troca de ideias marcante ocorre quando Almut sugere a adoção de um cão para preparar a filha para a perda de um ente querido, uma escolha que desencadeia uma resposta irónica da sua companheira:"Ainda bem que decidimos falar com ela em vez de matar um cão". Este momento alegre diz muito sobre a sua relação: juntos, enfrentam as situações mais sombrias com um sentido de humor partilhado, sinal da sua cumplicidade inabalável.
A direção de John Crowley é sóbria, deixando espaço para o desempenho dos actores e para a escrita. A estética do filme, marcada por uma paleta de cores suaves e uma iluminação muitas vezes suave, reforça a intimidade deste drama. No entanto, esta contenção visual pode, por vezes, parecer demasiado cautelosa, faltando os momentos visualmente marcantes para causar uma impressão duradoura em certas passagens. No entanto, algumas cenas, como a entrega inesperada numa estação de serviço, mostram como Crowley sabe jogar com a intensidade das situações para cativar o seu público sem precisar de exagerar.
Para além da sua história de amor, Love in the Present trata de ambições não realizadas e do desejo de realização pessoal. Quando a personagem de Florence Pugh se inscreve no prestigiado concurso Bocuse d'Or, apesar da sua doença e do facto de o concurso coincidir com o dia do seu casamento, exprime o seu desejo de não ser reduzida ao estatuto de doente. Diz ao marido:"Não estou particularmente interessada em morrer sem ter feito nada da minha vida". Este momento sublinha a profundidade do filme, que explora a vontade de resistir, de deixar uma marca para além da doença. É um poderoso lembrete da resiliência humana e da importância de aceitar que a nossa passagem é fugaz, mas que pode ser cheia de significado.
No final, Amor no Presente é comovente na sua honestidade e na intensidade dos seus intérpretes, mesmo que a sua estrutura narrativa possa desorientar alguns espectadores. Florence Pugh e Andrew Garfield têm desempenhos inesquecíveis, humanizando as suas personagens com uma ternura e sinceridade devastadoras. Este filme irá comover aqueles que apreciam dramas introspectivos e histórias de sobrevivência emocional. Apesar de não reinventar o género, Amor no Presente destaca-se pela precisão do seu tema e pela qualidade das suas interpretações, oferecendo um espelho subtil e trágico das relações humanas.
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