Les idoles, a declaração de amor de Christophe Honoré no Théâtre de la Porte Saint-Martin

Após o sucesso cinematográfico de Plaire, aimer et courir vite, Christophe Honoré regressa ao teatro, para nosso deleite, com Les Idoles. De 18 de janeiro a 6 de abril de 2025, Honoré e uma brilhante equipa de actores ocuparão o palco do Théâtre de la Porte Saint-Martin, fazendo renascer Bernard-Marie Koltès, Cyril Collard, Serge Daney, Hervé Guibert, Jean-Luc Lagarce e Jacques Demy, artistas-chave na sua formação artística e social, todos eles atingidos pela SIDA no início dos anos 1990.

Os relatos de quem viveu esta situação são terríveis. A descoberta da doença, o número crescente de mortes, o sentimento de impotência e o medo crescente. Em 1990, Christophe Honoré tinha 20 anos e, à sua volta, nos meios de comunicação social e na televisão, via cair grandes homens. Alguns tinham falado da sua doença, geralmente através da sua arte. Alguns, como Jacques Demy, morreram sem nunca terem dito nada sobre o assunto.

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No entanto, Honoré empresta uma voz, a ele e aos outros, uma voz e um pensamento, um sentimento, a estes homens que não tiveram o luxo de se verem envelhecer, o luxo de continuarem a confiar em si próprios. Se Christophe Honoré ama o cinema, a literatura e o teatro, ama também, apaixonadamente, aqueles que o fizeram querer ser como eles e ser quem ele era. Um artista e um homossexual. Em Les Idoles, o realizador declara o seu amor pelos grandes homens, pelo que foram e pelo que deixaram, em 2 horas e 30 minutos de entretenimento emocionante.

Com os novos protagonistas Paul Kircher, mas também com o regresso dos actores Harrison Arévalo, Jean-Charles Clichet, Marina Foïs, Julien Honoré e Marlène Saladna, Les idoles deverá transportá-lo. Por vezes com humor, sempre com inteligência, encarnam as questões e as dúvidas destes homens de letras e de imagens.