Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 estão aqui, mais concretos do que nunca... E, com a cerimónia de abertura a 26 de julho de 2024, há ainda muitas perguntas por responder sobre a sua organização, tendo em conta o ineditismo do evento (no Sena e não num estádio, como é tradicional) e os inúmeros inconvenientes que causará aos turistas e aos habitantes da região parisiense nesse dia.
Mas o que é que podemos esperar das festividades de 26 de julho? Artistas, acontecimentos, desfile de atletas... Eis um resumo do programa, revelado numa conferência de imprensa a 19 de julho de 2024!
A conferência começa com Daphné Burki, directora artística dos trajes de Paris 2024, que explica que atuar no Sena é um risco e que teve de adaptar e adaptar os trajes dos artistas, uma vez que estes têm de se sentir livres nas suas roupas e nos seus movimentos.
Explica ainda que todos os fatos são adaptados a cada artista. "A oficina está a funcionar em pleno há 4 meses, o que representa horas de trabalho e quilómetros de tecido. Um quadro exigiu cerca de 12 km de fita", continua. O importante é mostrar como se usa o vestuário em França. As roupas terão outra vida depois, com alguns artistas a quererem guardá-las e outros a quererem reutilizá-las noutras exposições. No total, cerca de quinze jovens estilistas franceses e duas casas de moda foram seleccionados para criar os figurinos. O Sena será também o principal protagonista da cerimónia.
É a vez de Tony Estanguet e Thomas Joly falarem. Explicam que uma cerimónia de abertura bem sucedida é importante para o sucesso dos Jogos, para a imagem do país e para a diversão dos atletas. A ideia: mostrar que Paris se distingue dos outros, pensando mais alto e fazendo coisas totalmente novas, mas mantendo-se realista em relação ao projeto.
Tony Estanguet salientou também que organizar uma cerimónia na cidade é um verdadeiro desafio. E Thomas Joly explica que o Sena está, de facto, no centro do projeto. "Ao longo dopercurso, vimos a história da França com os seus monumentos, a sua arquitetura e o impacto de Paris no cinema. O resultado é uma narrativa de França plural, díspar e a 360º. A França é construída, desconstruída, plural", afirma. E continua:"O que vejo a sair dos ateliers de figurinos, nos ensaios, é deslumbrante. Chegou omomento de juntar este grande puzzle no grande cenário do Sena".
Foi uma história complexa de transpor para a vida real", acrescenta o Diretor Artístico. Acrescenta que 98% do espetáculo é ao vivo e que 2% das cenas foram gravadas previamente, nomeadamente as cenas nos edifícios ao longo do Sena. Para criar esta cerimónia de abertura, as equipas trabalharam com software para recriar os 6 km do Sena utilizados para o evento, incorporando todas as potencialidades e perigos (chuva, nascer e pôr do sol, etc.). A luz será igualmente utilizada para realçar a cerimónia, conferindo uma atmosfera mágica ao evento.
No total, 85 barcos transportando os atletas estarão no Sena (94 segundo a Préfecture de Police). No entanto, não foi revelado o número de atletas que estarão nesses barcos.
Foi a vez de Maud Le Pladec, Directora de Dança das Cerimónias e coreógrafa da Cerimónia de Abertura dos Jogos Olímpicos, falar. E, tal como Tony Estanguet e Thomas Joly, explicou que esta cerimónia seria revolucionária, porque se realizaria no Sena. No total, 300 bailarinos farão um espetáculo que combina a dança contemporânea e urbana com achegada do breaking aos Jogos. A ideia: defender a inclusão e a diversidade através de diferentes movimentos e estilos.
Em seguida, Victor Le Masne, diretor musical das cerimónias, pega na tocha:"Podemos esperar coisas enormes, coisas novas. Em termos de emoção, há uma verdadeira narrativa que está a ser preparada", afirma. Em termos musicais, a ideia é representar a diversidade e a riqueza musical de França. Devemos passar daópera ao clubbing, passando pelo hip hop e pela música clássica.
Um projeto"ao estilo francês, que queremos chique, cheio de qualidades muito intensas", diz Maud Le Pladec, indicando que envolve uma enorme quantidade de trabalho e esforço. É um projeto qualitativo, tanto em termos artísticos como humanos. "Somos artistas ao serviço de um acontecimento mundial", conclui.
Uma palavra sobre a greve dos bailarinos:"A questão da remuneração dos bailarinos é uma questão que me afecta e me preocupa muito. Paris 2024 está a trabalhar muito seriamente nesta questão e há discussões importantes com os sindicatos", afirma Maud Le Pladec.
Victor Le Masne continua: "Paris e o Sena não são apenas um pano de fundo. É um ecossistema com o qual trabalhamos de uma forma altamente criativa. O curso do Sena dá ritmo ao espetáculo, a água e o seu movimento influenciam a música e os movimentos", afirma. E conclui:"Temos de estar à altura do que os atletas vão viver e produzir durante estes Jogos, por isso temos de fazer um grande espetáculo. No entanto, não há qualquer referência aos artistas que irão atuar na cerimónia, uma vez que os organizadores querem manter a surpresa até ao fim.
Bruno de Lavenère e Emmanuelle Favre, directores da cenografia das Cerimónias dos Jogos de Paris 2024, sobem ao palco. "O projeto está pronto e estamos dentro do prazo para o implementar", começa Bruno de Lavenère. Mas isso não significa que o trabalho esteja terminado:"O que falta fazer é finalizar os elementos que já estão no sítio e apoiar os coreógrafos", continua.
Os cenários, entretanto, estão a ser construídos em paralelo nos locais, o que significa que os bailarinos não podem ensaiar em condições reais. Mas uma coisa é certa:"Este é um espetáculo para a televisão e também para quem vai estar no cais. Haverá ecrãs para mostrar as passagens filmadas nos monumentos", explicam.
Quanto à cerimónia, os dois directores de cenografia tentaram"ser inovadores, estar em sintonia com a época em que vivemos e respeitar o ambiente". E Emmanuelle Favre acrescenta:"É muito inovador porque misturamos teatralidade, apresentação dos atletas e espectáculos ao vivo".
A cerimónia de encerramento está a cargo de Emmanuelle Favre. A cerimónia de encerramento será diferente da de abertura, uma vez que terá lugar no Stade de France. "Será bastante teatral", continua.A cerimónia de encerramento dos Jogos Paraolímpicos será muito diferente e será uma verdadeira festa", acrescenta.
Quanto à Cerimónia de Abertura dos Jogos Paraolímpicos,"podemos esperar algo de excecional, com um gesto grandioso que colocará todos os nossos heróis num pedestal", declara Bruno de Lavenère. A cerimónia terá lugar num local excecional, na junção dos Campos Elísios e do Jardim das Tulherias, na Praça da Concórdia.
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Será criado um enorme estádio. No que diz respeito aos cenários, a abordagem é bastante minimalista, mas fornece os elementos de uma forma lúdica, com referência aos monumentos de Paris. E assim termina a conferência de imprensa.
Informação já revelada alguns meses antes
Já em janeiro, o diretor artístico das cerimónias olímpicas e paralímpicas, Thomas Jolly, deu à AFP alguns pormenores sobre esta cerimónia tão bem guardada. Organizado como um desfile fluvial, este espetáculo de três horas terá lugar tanto no rio como nos cais, numa extensão de quase seis quilómetros. Várias centenas de artistas do mundo do circo, da dança, das artes plásticas e da música são esperados para participar no espetáculo, que contará com uma dezena de quadros que representam o património francês,"da ponte de Austerlitz ao Trocadero".
Está prevista uma centena de barcos para transportar as delegações de atletas que atravessarão estes quadros. Haverá também uma homenagem a Notre-Dame de Paris, para celebrar a reabertura da catedral no final do ano. Quanto aos temas e mensagens transmitidos pela cerimónia, Thomas Jolly quis contar "uma história do que é a França" através dos monumentos que serão contornados,"para que todos se sintam representados".
Durante esta cerimónia nada clássica, os elementos cerimoniais serão integrados nos 45 minutos de espetáculo artístico e nas duas horas de desfile, para criar"uma grande festa homogénea". O espetáculo terá início às 19h30, de modo a aproveitar "a luz natural do sol poente com todas as suas nuances" , e terminará por volta das 23h00, com o acender da chama no Trocadéro.
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