As nossas esperanças para os Jogos Olímpicos de Paris 2024: boxe com Davina Michel - vídeo

Por Graziella de Sortiraparis · Fotos de Graziella de Sortiraparis · Publicado em 12 de junho de 2024 às 14h51
Leia a nossa entrevista com Davina Michel, pugilista e atleta olímpica, que já se qualificou para os Jogos Olímpicos de Paris 2024 e espera trazer para casa uma medalha nesta disciplina!

Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 estão a aproximar-se e, com eles, os preparativos dos atletas olímpicos intensificam-se mês a mês, para estarem prontos a recolher o maior número possível de medalhas de 26 de julho a 11 de agosto de 2024. Escolhemos conhecer uma dezena de atletas franceses que já se qualificaram ou que vão tentar qualificar-se nos últimos meses antes da competição, para o ajudar a descobrir a sua paixão e o seu mundo! É a sua oportunidade de conhecer melhor algumas das disciplinas menos conhecidas do grande público ou que foram recentemente acrescentadas ao programa olímpico e de apoiar os atletas que lhe tocaram o coração!

Para a sétima entrevista desta série, fomos ao encontro de Davina Michel, que falou ao Sortir à Paris do seu desporto, o boxe, e das suas esperanças e expectativas para os Jogos de Paris 2024. Atleta de alto nível do boxe inglês, está qualificada desde 2023 e faz parte da equipa nacional francesa há 10 anos, tendo começado a praticar boxe aos 12 anos.

Combats de boxe - IMG 5850Combats de boxe - IMG 5850Combats de boxe - IMG 5850Combats de boxe - IMG 5850 Jogos Olímpicos de Paris 2024: descubra o boxe, as suas regras, a sua história e o programa dos eventos em Paris
O boxe é um dos 32 desportos que vão estar presentes nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Aqui está tudo o que precisa de saber sobre este popular desporto de combate. [Leia mais]

Em poucas palavras, o que é o boxe?

É um desporto de combate, praticado por duas pessoas num ringue, com luvas, e o objetivo é vencer o adversário! (risos)

Como é que os testes funcionam?

O boxe é muito especial, a competição dura dez dias, é um sorteio, por isso ainda não sei qual o adversário que vou encontrar, nem em que dia vou lutar. Somos avaliados por cinco juízes que decidem se ganhamos ou não!

Onde se realizam os eventos? O que achas deste local?

As primeiras têm lugar em Villepinte, se não estou em erro, e a partir da final, é em Roland-Garros! Vai ser magnífico, estou muito feliz e isso motiva-me a passar por todos estes eventos e a encontrar-me lá!

Que países representam a concorrência mais dura para si?

É o Canadá, porque o campeão do mundo na minha categoria (-75kg) é canadiano.

Que diferença faz em termos de preparação para os Jogos Olímpicos em casa?

Muda muita coisa, há toda a gente que toma em consideração o que dizemos, que nos ajuda e cria muitas estruturas para que possamos atuar no grande dia.

Como é a preparação depois de se ter qualificado?

A preparação é bastante personalizada, posso escolher as competições em que quero participar. Fazemos muitos cursos de formação e, em breve, irei para a Colômbia (nota da redação: a entrevista foi realizada em novembro de 2023) e preparar-me-ei com os melhores!

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Fale-nos da sua história com o boxe!

É bonito e complicado ao mesmo tempo! Comecei muito nova, o meu pai apresentou-me aos desportos de combate, comecei com o karaté, o kickboxing e depois terminei com o boxe inglês. Sou da Martinica e este desporto levou-me a muitos países diferentes onde vivi aventuras maravilhosas. Este desporto fez-me crescer como mulher!

O que é que ganhou com isso?

Para mim, o boxe é a vida, ensina-me a resiliência e a coragem, permitiu-me partilhar com tantas pessoas diferentes, na vitória e no fracasso. Também me permite ganhar a vida hoje, o que não era necessariamente o caso há um ano e meio atrás!

Que desportista o inspirou?

Marie-José Pérec, porque ela é das Índias Ocidentais, como eu, e é alguém que teve uma carreira bastante difícil mas magnífica!

O que é que o torna diferente na sua disciplina e lhe dá mais hipóteses?

É a minha técnica, a minha maneira de ver os combates e os meus altos e baixos que fazem de mim uma melhor desportista e uma melhor pessoa.

O que diria àqueles que pensam que é um desporto violento?

Chamam-lhe a nobre arte, e não é por acaso! Para mim, não é violento, é um desporto de estratégia, é preciso encontrar soluções, marcar pontos, ultrapassar os limites... É um desporto que engloba tantas coisas - é o meu favorito!

Como é que se tira o medo de ser espancado?

Por isso, é preciso perceber que, de qualquer forma, tenho sempre medo! Não é necessariamente fácil entrar num ringue, mas eu sou uma pessoa muito corajosa e não hámedo sem coragem! Trata-se de ultrapassar os nossos limites e os nossos medos, mas estou confiante e, de qualquer forma, tenho o meu pessoal e a minha equipa comigo para me apoiar.

Como encontrar o seu lugar num desporto que é frequentemente visto como masculino?

Muitos desportos são considerados masculinos, mas não têm de o ser! Mas isso não me impede de ser muito feminina. Vejam as minhas redes sociais, posso garantir-vos que estou bem, estou a conseguir fazer o mesmo! Não estou necessariamente marcada, até agora tenho tido sorte, bato mais do que as pessoas me batem. Sinceramente, as pessoas podem falar, mas na vida real, é preciso tentar!

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O local/clube da região de Île-de-France onde fez a sua formação e que marcou a sua vida?

É o Clube de Boxe de Garges, uma equipa de que sou amigo desde os meus primeiros anos, por isso, quando estive no INSEP, havia muitas pessoas desse clube que estavam comigo na equipa francesa. Encontrei aí uma família! Para além disso, é o melhor clube feminino!

Que conselhos daria a quem quer praticar este desporto?

Não é preciso ter medo, basta vir e experimentar! Não somos necessariamente todos grandes competidores ou campeões olímpicos, mas ajuda-nos a tomar mais consciência do nosso corpo, a relaxar e a ter confiança em nós próprios. Eu não era necessariamente confiante quando era mais novo, nem em termos da minha altura, porque tenho 1,83m, e isto permitiu-me assumir o controlo, sentir-me bem, mesmo mentalmente, é uma óptima forma de desabafar. O boxe tem muitas vantagens, é só dar o mergulho e verá!

Tem um credo, uma frase que repete frequentemente para se motivar?

Não tenho necessariamente uma filosofia, mas há certas frases que digo a mim próprio para seguir em frente, como"Tchimbé raid, pa moli", que na minha língua significa"agarra-te bem, não enfraqueças"!

Algumas palavras para os nossos leitores?

Para Paris 2024, seria ótimo se pudéssemos estar juntos, olhar para nós, apoiar-nos! Não é frequente estarmos em casa, por isso temos de ir lá como uma equipa e mostrar que estamos lá!

Pergunta especial do SAP: tem algum sítio preferido para visitar na região que gostaria que descobríssemos?

Adoro comer, por isso procuro bons restaurantes gourmet!

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