Bros, crítica da primeira comédia romântica gay da Universal

Em 2022, isto pode parecer surpreendente, mas é: Bros é a primeira comédia romântica gay a ser produzida por um grande estúdio americano. E é a Universal que está a arriscar, enviando o seu trunfo, Judd Apatow, rei da comédia slapstick americana(40 Anos Virgem, Amy Maluca). Apatow chamou o seu amigo Nicholas Stoller(Os Piores Vizinhos 1 e 2) para realizar o filme. Mas a personalidade que juntou todos estes artistas de qualidade foi Billy Eichner, que escreveu o argumento e interpreta o papel principal num elenco que inclui muitos actores da comunidade LGBT+.

Trailer de Bros:

Transformou Bros num meta-filme sobre o lugar dos gays na indústria cinematográfica. E, de acordo com o primeiro trailer (ver abaixo), foi-lhe dada carta branca para exprimir tudo o que lhe vai na alma. O filme será lançado nos cinemas a 19 de outubro de 2022.

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Sinopse de Bros:

É a história de dois homens cuja relação poderia, talvez, potencialmente, por acaso, transformar-se numa história de amor. Poderia. É preciso dizer que eles são homens muito ocupados.

A nossa análise do Bros:

Bros é simultaneamente uma meta-obra sobre o lugar dos gays na história do cinema e, de uma forma mais geral, sobre a sua invisibilização ao longo da história, uma comédia de pote muitas vezes abaixo da cintura como só a equipa de Judd Apatow sabe produzir, mas também uma comédia romântica com todos os clichés do género. Esta mistura pode dar a impressão de ser excessiva, mas não é. Todos os aspectos da história escrita por Billy Eichner são habilmente equilibrados.

De facto, não é preciso reparar que Billy Eichner interpreta uma personagem chamada Bobby Leiber, que é também um autor, para perceber a dimensão autobiográfica do filme. É por isso que, apesar de se tratar de uma comédia romântica, o resultado final é autêntico. A personagem é um verdadeiro duplo do seu autor, e ambos são tão comoventes como divertidos.

Por isso, é frequente sentirmo-nos comovidos com este filme encantador, que não se limita a retratar o amor à primeira vista entre dois homens, mas que também faz uma série de observações necessárias. Há um monólogo fascinante sobre a dificuldade de alcançar o sucesso profissional quando se é considerado "demasiado gay" pelo resto do mundo, e uma comparação das diferentes gerações de homossexuais que é tão hilariante quanto trágica ("Nós temos SIDA, eles têm Glee", diz Billy Eichener durante o filme). Sem grandes pretensões e com uma escrita enganadoramente simplista, Bros consegue afirmar-se como uma das comédias mais eficazes de outubro.

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