O Rapaz e a Garça, de Hayao Miyazaki: a nossa opinião sobre o novo filme da Ghibli

Os fãs de Hayao Miyazaki aguardavam-no com grande expetativa. O Rapaz e a Garça, o último filme do pai de Chihiro, Mononke, Totoro e muitos outros heróis, foi lançado a 14 de julho no Japão sem qualquer promoção e chega a França a 1 de novembro. E, ao contrário dos japoneses, nós temos um trailer!

O trailer de O Rapaz e a Garça

O Rapaz e a Garça foi um grande sucesso no Japão, apesar da sua falta de promoção. Este facto é único na história dos Estúdios Ghibli. Até agora, não sabíamos nada sobre este misterioso filme, para além de um poster que não dizia muito. Mas vários meses após o seu lançamento, o filme foi finalmente revelado.

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O nosso veredito

Esperado como o messias por todos os fãs do mestre da animação japonesa - entre os quais nos incluímos -, O Rapaz e a Garça tem um arranque em grande. Numa cena introdutória de cortar a respiração, que envolve um incêndio num hospital, Miyazaki mostra que não perdeu o seu talento. Os desenhos das personagens fazem-nos lembrar os heróis da nossa infância, a animação é sumptuosa e as emoções estão lá. Mas, muito rapidamente, o fôlego esmorece.

A incrível premissa é rapidamente posta de lado para se passar no campo japonês, onde Mahito, um rapaz de onze anos, se muda para casa do pai após a morte da mãe. Nesta misteriosa casa senhorial, conhece uma garça cinzenta que se torna gradualmente o seu guia, ajudando-o a descobrir e a questionar o mundo que o rodeia e a desvendar os mistérios da vida.

E embora esta fantasia onírica sobre o luto seja agradável de ver, é aborrecida. Miyazaki pode ter trabalhado durante anos neste filme (e, tecnicamente, isso nota-se), mas tem dificuldade em renovar a sua abordagem, e O Rapaz e a Garça evoca um cruzamento entre A Viagem de Chihiro e O Castelo Animado, dois dos seus maiores sucessos, mas nunca atinge a grandeza de nenhum deles. Nesta nova longa-metragem, o realizador parece nunca saber para onde vai a sua história, demorando tanto tempo a explorar todos os recantos do universo que retrata. O resultado é um filme que se prolonga em todos os actos, e que mereceria uma narrativa mais apertada. O Rapaz e a Garça dura pouco mais de duas horas, mas é demasiado tempo para o que o realizador tinha para dizer, sobretudo porque a repetição com a sua obra anterior é demasiado visível. A desilusão é tão grande como as expectativas que este filme suscitou.

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