A simples menção do seu nome faz-nos recuar no tempo e recordar o quanto a Fête de l'Humanité atravessou os tempos, estabelecendo-se ao longo dos anos como o maior evento popular anual em França. Todos os anos, em setembro, durante três dias, esteevento musical e festivo abre as suas portas a milhares de festivaleiros, ansiosos por ouvir os artistas programados para a ocasião. Os Pink Floyd, Joan Baez, The Who, Chuck Berry, Léo Ferré, Ray Charles, Johnny Hallyday, Nina Hagen, Noir Désir, la Mano Negra, Carlos Santana e Patti Smith são apenas alguns dos inúmeros artistas que já tiveram a honra de subir a um dos palcos da Fête de l'Humanité. Mas a Fête não se fica pelos concertos. Muito mais do que isso. A Fête de l'Huma é um evento multicultural onde as exposições, o cinema, o circo e o teatro também têm o seu lugar.
E, claro, a Fête de l'Humanité é também, e acima de tudo, militante, com os seus muitos debates. Com aFête de l'Humanité prestes a mudar do seu local histórico em Seine-Saint-Denis para Essonne em 2022, aqui está um olhar para trás na história e origens desta festa de música popular.
Tudo começou quando Marcel Cachin, diretor do jornal l'Humanité de 1918 a 1958, concebeu um evento para apoiar o diário comunista. A Fête de l'Humanité realizou-se pela primeira vez a 7 de setembro de 1930, no Parque Sacco e Vanzetti, em Bezons, no Val-d'Oise.
Na altura, esta festa popular era uma oportunidade para fazer repetidos apelos à unidade dos trabalhadores e à Frente Popular. Havia várias bancas, lotarias, teatro e bandas de música, bem como desportos como o basquetebol e as famosas corridas de sacos.
Os espectáculos assumem rapidamente uma maior importância. Em 1935, por exemplo, a Fête de l'Huma acolheu o musical "Vive la presse " de Jacques Prévert. Em 1937, o festival abre as suas portas ao Cancan francês e à cantora e atriz Marianne Oswald. Um ano mais tarde, Charles Trenet esteve presente. Se a Fête de l'Humanité foi a primeira em França a introduzir microfones nos espectáculos, em 1935, o evento organizou os seus primeiros grandes concertos em 1936, durante a Frente Popular.
Depois de uma pausa forçada entre 1939 e 1944 devido à Segunda Guerra Mundial, a Fête de l'Humanité afirmou a necessidade de reconstruir a França e o número de participantes bateu um novo recorde com um milhão de pessoas reunidas em 1945 no Bois de Vincennes. Depois, com a chegada da Guerra Fria, aFête de l'Humanité assumiu o manto da paz. Entre outras coisas, o evento popular denunciava os crimes do imperialismo francês. O número crescente de guerras no mundo entre 1950 e 1975 também levou a Fête de l'Humanité a tomar partido, nomeadamente contra a guerra da Indochina e a guerra do Vietname.
Foi também durante este período que os restaurantes começaram a instalar-se no local do evento. Em 1951, existiam mais de 300 stands. Que outras novidades?
Em 1952, foi criado o vale de apoio ao jornal l'Humanité e, em 1966, realizaram-se várias exposições importantes, incluindo obras de Picasso e Fernand Léger. Depois, no início dos anos 70, realizaram-se nas bancas os famososdebates entre comunistas, socialistas e radicais de esquerda.
Paralelamente, a Fête de l'Huma prossegue as suas grandes campanhas, como a libertação de Angela Davis e Nelson Mandela, ou o apoio à Irlanda na presença do irmão de Bobby Sands, em 1981. O evento também se abriu a mundos mais surpreendentes, como o da moda.
Em 1988, a festa acolheu o desfile de moda de Yves Saint-Laurent na Grande Scène! 1999 marcou um ponto de viragem, quandol'Humanité deixou de ser o órgão central do PCF. A partir de então, a Fête de l'Huma pretende afirmar-se como um grande evento de encontro e de troca de ideias entre os actores dos movimentos sociais. Nos anos 2000, a Fête de l'Humanité tornou-se um grande encontro da esquerda social e política.
ONGs, associações, sindicatos e outras forças políticas são todos bem-vindos, e a Fête de l' Humanité vê-se agora como um local de convergência das lutas sociais e da solidariedade internacional. Desde a sua criação em 1930, aFête de l'Humanité tem mudado regularmente de local: Bezons, Bois de Vincennes, Montreuil, Meudon, sem esquecer, claro, La Courneuve, o seu local histórico. A mudança para Essonne em 2022 marca um verdadeiro ponto de viragem na história desta festa, que está determinada a continuar a ser o maior evento popular em França!
Fête de l'Huma 2024: o programa completo e os horários dos concertos
A Fête de l'Humanité está de volta! O evento, organizado todos os anos pelo jornal L'Humanité, terá lugar na sexta-feira 13, no sábado 14 e no domingo 15 de setembro de 2024 na antiga base aérea 217 de Plessis-Pâté, em pleno coração de Essonne! O que é que está na lista? Louise Attaque, Calogero, o rapper SCH, os artistas Jain e Santa, o produtor Vladimir Cauchemar, a talentosa Angélique Kidjo, sem esquecer o rapper MC Solaar, Kalash Criminel, Sandra Nkaké, Pomme e o sempre popular Tiken Jah Fakoly! Após o cancelamento de Louane e Calema, Shaka Ponk e Les Vulves Assassines juntam-se ao alinhamento. Clique aqui para ver o programa completo e os horários dos concertos! [Leia mais]Fête de l'Huma 2024: programa, acesso, horários... tudo o que precisa de saber
A Fête de l'Huma regressa à Base 217 na sexta-feira 13, sábado 14 e domingo 15 de setembro de 2024. Para esta terceira edição consecutiva em Essonne, são esperados cerca de cinquenta artistas no local durante três dias. Aqui está tudo o que precisa de saber antes de vir à Fête de l'Humanité 2024: programa, horários de abertura, acesso à Base 217 e a história do maior evento popular de França. [Leia mais]
Site oficial
fete.humanite.fr