O surrealismo de Paul Delvaux na M.A.K. Galerie

Não se nasce surrealista, torna-se surrealista. A galeria M.A.K. (Marc-Arthur Kohn) apresenta atualmente uma exposição excecional da obra de Paul Devaux. Através de 30 obras originais, realizadas entre 1920 e 1989, redescobrimos as aguarelas do primeiro período, os desenhos e as litografias. As paisagens da sua Bélgica natal são seguidas de mulheres nuas com olhos grandes...

M.A.K. Galerie, local de encontro do Comité Utrillo-Valadon

Empresa familiar estabelecida no "Triângulo de Ouro" desde os anos 50, a galeria mudou-se para a Avenue Matignon em 2010. Na altura, era conhecida como "Espace Marc-Arthur Kohn". Em 2023, Valérie Kohn assumiu apresidência da galeriae passou a designar-se "M.A.K. Galerie". Valérie e Marc-Arthur Kohn são também membros do Comité Utrillo-Valadon. O Comité realizou as suas reuniões de avaliação das obras de Maurice Utrillo e Suzanne Valadon na galeria, 24 avenue Matignon.

Valérie Kohn e a sua equipa seguem as pisadas dos grandes negociantes de arte moderna e contemporânea. Realizaram uma exposição muito aclamada de Christo para coincidir com a embalagem do Arco do Triunfo em 2021. Mais recentemente, expuseram quadros de Achille Laugé, Edgar Degas, Auguste Herbin e Jean Hélion, para citar apenas alguns dos artistas recentemente homenageados pelos museus parisienses e internacionais.

Uma exposição de Paul Delvaux (1897-1994)

Este outono é dedicado ao Surrealismo e, para assinalar o centenário da publicação do primeiro manifesto em 1924, a M.A.K. Galerie leva-nos a uma (re)descoberta de Paul Delvaux, compatriota e contemporâneo de René Magritte.

O artista, cuja candura poética foi elogiada, é aqui mais ousado. As suas aguarelas de grandes dimensões, como "Les Femmes tumultueuses" e "Alésia ou Les Captives", parecem ter sido inspiradas pela sua familiaridade com a literatura do Marquês de Sade, venerada por André Breton e pelos outros protagonistas do Surrealismo.

Nas litografias dos anos 70, intituladas "La Lanterne" ou "Palmiers", o artista mantém o gosto pelo anedótico. Lembramo-nos das luvas de plástico com que Giorgio de Chirico vidrava as suas telas, assim como dos títulos que Magritte dava aos seus quadros. Também na obra de Paul Delvaux, o texto relê a imagem.

Outras obras a descobrir no Artsy.

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