Disneyland Paris: a nossa entrevista com Arnaud Feredj, diretor da Disney ❤ Notre-Dame de Paris

Por Laurent de Sortiraparis · Fotos de Laurent de Sortiraparis · Publicado em 6 de dezembro de 2024 às 17h45
Durante uma visita de antevisão do espetáculo de homenagem a Notre-Dame na Disneyland Paris, a redação encontrou Arnaud Feredj, diretor do espetáculo noturno efémero. As suas inspirações, as etapas da criação do espetáculo e a importância do património francês para a Disney... Ele falou-nos do seu trabalho no espetáculo. Descobre mais na nossa entrevista!

Uma homenagem mágica! A Disneyland Paris convida os visitantes curiosos e os entusiastas do património a descobrir um novo espetáculo efémero no âmbito da reabertura da Catedral de Notre-Dame de Paris, de 5 a 14 de dezembro de 2024. Um espetáculo que combina projecções, efeitos de luz, fogo de artifício e drones.

E por ocasião de uma visita de antevisão deste novo espetáculo durante o ensaio geral, fomos conhecer o diretor deste espetáculo noturno, Arnaud Feredj. Em declarações ao Sortiraparis, ele fala-nos das etapas da criação deste espetáculo, da importância do património francês para a Disney e das inspirações para este espetáculo, em torno do Corcunda de Notre-Dame e da própria catedral.

Leia a entrevista completa abaixo:

Sortiraparis: Pode apresentar-se?

Arnaud Feredj: "Chamo-me Arnaud Feredj, sou diretor na Disneyland Paris desde 2017 e sou o diretor da Disney ❤ Notre-Dame de Paris".

Sortiraparis: Como é que surgiu a ideia de um espetáculo para a reabertura de Notre-Dame? Porquê este espetáculo?

Arnaud Feredj: "Este espetáculo é para nós uma homenagem ao património francês. E é uma forma de celebrar a paisagem parisiense e este belo monumento, bem como fazer uma ligação com o nosso filme O Corcunda de Notre-Dame".

Sortiraparis: O património também é importante para a Disneyland Paris em relação a Notre-Dame?

Arnaud Feredj: "É muito importante! A Disney em geral, e a Disneyland Paris em particular, têm uma ligação muito especial com a França e com Paris. Temos muitos filmes baseados em França ou em Paris. Estou a pensar em princesas icónicas como a Belle(La Belle et la Bête, nota do editor), que é francófona, e no filme Ratatouille da nossa franquia Pixar. Portanto, sim, claro. A catedral de Notre-Dame de Paris aparece numa cena de Carros 2... E também em Ratatouille... Portanto, sim, temos uma ligação permanente e perpétua".

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Sortiraparis: Existe alguma ligação especial entre a Disney e a Notre-Dame?

Arnaud Feredj: "Bem, sim, há uma ligação especial entre a Disney e Notre-Dame, através do filme O Corcunda de Notre-Dame, claro, que é uma recontagem e uma homenagem a uma obra intemporal de Victor Hugo. Faz parte do património francês e estamos ligados a ele.

Sortiraparis: Quais foram as etapas da criação deste espetáculo?

Arnaud Feredj: "Em primeiro lugar, o meu trabalho consistiu em fazer uma pesquisa artística, para perceber qual o meio que iríamos utilizar para o espetáculo. A ideia de um espetáculo noturno surgiu muito rapidamente e amadureceu muito rapidamente. Depois, foi uma questão de reunir os vários ofícios envolvidos no espetáculo, ou seja, apresentar as minhas intenções artísticas às equipas de vídeo, às equipas de música, ao produtor musical, claro, em colaboração com a equipa de produção do espetáculo e com Ben Spalding, que é o produtor do espetáculo. E depois, com as equipas, os designers - designer de iluminação, designer de vídeo e designer de efeitos especiais - a apresentação deste espetáculo às equipas Dronisos, que são o nosso parceiro de drones, para toda a parte da coreografia com drones".

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Sortiraparis: Quanto tempo demorou a criar este espetáculo?

Arnaud Feredj: "O espetáculo começou há exatamente um ano. A ideia germinou há um ano e depois continuámos a trabalhar até ao fim, por etapas. Um dos momentos mais emblemáticos foi quando fomos regravar a música, fomos a Abbey Road, em Londres, a esse estúdio lendário, para gravar a música com mais de 80 músicos. Depois fomos à Disneyland Paris, no nosso próprio estúdio, para gravar todos os corações que estão omnipresentes na banda sonora em francês e inglês, até à fase final, que é esta noite, no ensaio geral".

Sortiraparis: Para além de O Corcunda de Notre-Dame, quais foram as suas inspirações para este espetáculo? Houve outras inspirações?

Arnaud Feredj: "A própria catedral foi obviamente uma fonte de inspiração. A luminosidade da rosácea, em particular, e a música de Alan Menken para o desenho animado. Era muito importante para mim tentar representar desta forma o trabalho de Alan Menken e a música do filme O Corcunda de Notre-Dame. Não sei se repararam(vimos o ensaio geral pouco tempo antes, nota do editor), mas começamos com um primeiro quadro que é, em suma, bastante clássico, que é a mesma música do quadro de abertura do filme, e depois passamos para uma espécie de mashup, E a novidade neste aspeto de 'novos arranjos' foi misturar constantemente o francês e o inglês nas letras para recriar virtualmente uma nova canção, de modo a que as línguas se tornem uma só".

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Sortiraparis: O espetáculo apresenta drones operados por Dronisos. Como é que começou a trabalhar com a Dronisos?

Arnaud Feredj: "A Dronisos é nossa parceira há já alguns anos, por isso estamos habituados a trabalhar em conjunto. A ideia básica para mim era criar este espetáculo, criar a ideia, criar a intenção, e depois ir ter com eles e trabalhar em conjunto para encontrar as melhores soluções para o tornar possível. Os drones são uma coreografia. É visto no céu como estando a ser coreografado, e a coreografia é cronometrada, por isso, assim que tive a música, começámos a olhar para a encenação que iria estar à sua volta, sabendo como e de que forma os drones iriam evoluir, e depois a última parte foi a coreografia e a preparação visual para as figuras específicas até ao último momento. Estas são realmente as fases finais, a afinação, a última camada, diria eu, em que ajustamos a intensidade da luz para corresponder o mais possível ao castelo, às fontes à sua volta, às luzes e aos efeitos pirotécnicos".

Sortiraparis: Quantos drones foram utilizados para este espetáculo?

Arnaud Feredj: "Usámos 500 drones, há até 500 drones no céu".

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