Rodrigo Sorogoyen, o cineasta espanhol mais popular do momento, está de volta com mais um filme de grande impacto. As Bestas foi galardoado com o César de Melhor Filme Estrangeiro na sexta-feira, 24 de fevereiro. Este filme contundente foi um dos nossos favoritos no Festival de Cannes 2022, onde foi apresentado na secção Cannes Première. No entanto, o filme teria sido mais do que merecedor de um lugar na competição oficial, e mesmo na lista de prémios!
Depois de ter filmado uma mulher espanhola em França em Madre, o realizador vai na direção oposta e centra-se num casal francês em Espanha. Antoine e Olga, interpretados por Denis Ménochet e Marina Foïs, são agricultores numa pequena aldeia do interior da Galiza, mas a sua presença desagrada aos restantes habitantes locais. Estes fazem de tudo para lhes dificultar a vida. Por detrás deste argumento bastante simples, esconde-se um thriller sufocante. Como de costume, Sorogoyen constrói a tensão durante um longo período de tempo. As suas longas sequências despertam a ansiedade do espetador com pormenores simples, muitas vezes em segundo plano.
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As Bestas é uma imensa bofetada na cara da qual não se consegue sair ileso. Sem dúvida um dos melhores filmes do ano. Denis Ménochet prova mais uma vez que é um dos melhores actores franceses da sua geração, e Marina Foïs que tem muito para oferecer para além da comédia. Os dois actores espanhóis que interpretam os vizinhos desajeitados, Luis Zahera e Diego Anido, não ficam atrás e conseguem ser aterradores com a sua aparência simples. Para além de ser um grande filme em termos de realização, é um grande filme em termos de representação, a não perder de forma alguma!