O filme Rosalie, realizado por Stéphanie Di Giusto e apresentado na Competição Oficial na categoria Un Certain Reg ard no prestigiado Festival de Cannes na primavera de 2023, é esperado nos cinemas a partir de 10 de abril de 2024. O filme conta a história comovente de uma jovem mulher com uma diferença marcante, interpretada pela atriz Nadia Tereszkiewicz.
Passado em França, em 1870, o filme segue Rosalie, uma jovem cujo rosto e corpo estão totalmente cobertos de pêlos desde o nascimento. Apesar da sua diferença, recusa-se a tornar-se uma mera aberração de espetáculo e decide viver uma vida escondida, barbeando-se regularmente. Tudo muda quando ela conhece e se casa com Abel, um dono de café endividado, interpretado por Benoit Magimel. Abel não sabe nada sobre o segredo de Rosalie e casa-se com ela pelo seu dote. No entanto, Rosalie quer ser aceite como mulher e decide deixar de esconder a sua diferença. Será Abel capaz de a amar apesar da verdade?
O argumento de Rosalie foi escrito em conjunto por Sandrine Le Coustumer e Stéphanie Di Giusto, com a colaboração de Jacques Fieschi. O elenco do filme inclui também actores talentosos como Guillaume Gouix, Anna Biolay, Benjamin Biolay e até a cantora Juliette Armanet.
A nossa opinião sobre Rosalie:
No centro deste drama histórico está a jovem Rosalie, interpretada com uma intensidade magnética por Nadia Tereszkiewicz, cujo desempenho é complementado pelo igualmente matizado Benoît Magimel. Stéphanie Di Gusto explora a busca de Rosalie pelo amor e pela aceitação na França rural da década de 1870, uma viagem emocional tornada vibrante por uma partitura sinfónica cativante.
O filme destaca-se pela sua capacidade de mergulhar o espetador no período que retrata, graças a uma estética meticulosa que capta a beleza crua da natureza e a complexidade da condição humana. A música, em particular os violinos, guia as emoções do espetador através das alegrias e tristezas de Rosalie com uma precisão pungente.
A história de Rosalie gira em torno do desejo universal de sermos amados por aquilo que somos. A complexa relação entre Rosalie e o marido, que oscila entre o amor, a vergonha e a aceitação, serve de fio condutor à história, ilustrando os desafios inerentes à procura de autenticidade num mundo repleto de preconceitos. O filme aborda subtilmente o estigma da guerra e a solidão existencial das várias personagens.
Apesar das suas muitas qualidades, a narrativa sofre por vezes de falta de dinamismo, ficando presa na repetitividade do conflito central em torno da barba de Rosalie. Esta escolha de argumento, embora rica em simbolismo, tem dificuldade em manter o interesse ao longo do filme. No entanto, os temas da fertilidade, do amor não convencional e da personagem ambivalente interpretada por Benjamin Biolay acrescentam nuances interessantes à história, compensando em parte a sua duração.
Rosalie agradará a todos os que apreciam dramas históricos profundos com uma riqueza visual e emocional. Os fãs de histórias de amor complexas e de contos de auto-aceitação encontrarão aqui muito para apreciar. Por outro lado, aqueles que procuram uma história dinâmica e sem limites poderão ser menos cativados.
Apesar da sensação de que a história anda em círculos, Rosalie destaca-se pela força das suas personagens, pela sua beleza estética e pela exploração comovente dos temas do amor e da aceitação.
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