Aprender, levantar o dedo, não cometer erros. Querer que o professor diga: "Muito bem! Saber ler, escrever e contar nem sempre é fácil... Ensinar as crianças, ver nos seus olhos o que está a correr mal, encorajá-las, ajudá-las. Fazer com que leiam, cantem... Aprender a falar uns com os outros no recreio, em vez de lutar. No seu novo documentário Apprendre, apresentado numa sessão especial do Festival de Cannes 2024, a câmara de Claire Simon instala-se durante alguns meses numa escola da República, asescolas primárias Anton Makarenko em Ivry-sur-Seine, nos arredores de Paris.
O filmeApprendre será exibido nos cinemas a partir de 29 de janeiro de 2025.
Sinopse: APRENDER, levantar o dedo, não cometer erros. Querer que o professor lhe diga: isso é bom! Saber ler, escrever e contar nem sempre é fácil...
APRENDER com as crianças, detetar nos seus olhos o que está a colar, encorajá-las, ajudá-las. Pô-las a ler, a cantar...
APRENDER a falar uns com os outros no recreio em vez de lutar.
APRENDER passa-se numa escola primária da República, num subúrbio parisiense.
Aqui, as diferentes comunidades vivem lado a lado em perfeita harmonia - a convivência é um dos conceitos-chave do ensino que aí se pratica, onde se aprende a não ser mau jogador e a deixar que os outros falem - em turmas que vão do berçário ao CM2. A documentarista, que já se tinha interessado pelo pátio da escola (no seu documentário Récréations, 1992), concentra-se desta vez no interior de duas turmas bem comportadas: uma turma de bebés e uma turma de crianças mais velhas que se preparam para deixar o ninho e entrar no ensino secundário.
Filmado a maior parte do tempo ao nível das crianças, utilizando uma câmara de mão imersiva com grandes planos dos rostos das crianças imersas na atividade do dia, Learning acaba por nos levar de volta às nossas próprias memórias da escola - a mesa do rapaz indisciplinado na frente da sala de aula, os jogos do recreio com as suas regras aleatórias, a sopa de folhas e a lama. Sem voz-off e quase sem quebrar a quarta parede, a montagem do filme é completamente apagada, deixando apenas o natural, esticando certas cenas para captar aenergia do recreio, a sinergia entre os alunos, a sua relação com o professor e a rotina diária ritualizada.
Se é verdade que a filmagem de um material tão adorável provoca emoções no espetador, tal como acontece com os vídeos de gatinhos na Internet, o documentário de Claire Simon vai para além desta simples constatação. Porque, se é de facto um documentário solarengo que nos faz sorrir, Apprendre não se coíbe de mostrar a dureza do comportamento das crianças umas com as outras - alguma estupidez disfarçada de malícia - como nesta cena de assédio no recreio; ou certos momentos de hesitação amarga, quando a religião surge nas palavras das crianças.
Numa altura em que as escolas públicas estão em declínio, Apprendre recorda-nos que esta é, de facto, a mais bela profissão do mundo e defende um certo tipo de educação que deve ser preservado a todo o custo. Mais do que um lugar, um santuário humanista e laico, adaptado a cada criança, com professores empenhados na missão que lhes foi confiada. Resta-nos esperar que o documentário não se torne um arquivo de uma época passada.
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