Seguindo as pisadas de Elton John, Edith Piaf, Claude François, Johnny Cash, Bob Dylan, Bob Marley e Amy Winehouse, a vida de outro artista com uma carreira musical impressionante está prestes a ser levada ao grande ecrã. Chamado Better Man, este filme biográfico centra-se na estrela britânica Robbie Williams.
Better Man estreia nos cinemas a 22 de janeiro de 2025.
Sinopse: A ascensão do famoso cantor e compositor britânico Robbie Williams. Depois de se tornar uma estrela com a sua boy band, Take That, nos anos 90, mergulhou gradualmente no paraíso artificial antes de voltar a ter sucesso a solo em 1997 com a canção "Angels".
Mas atenção, este filme biográfico promete ser particularmente invulgar. O realizador do filme, Michael Gracey, escolheu um macaco criado por computador para interpretar a cantora! É uma forma peculiar de evocar a vida e a carreira desta imensa artista, que se estreou nos anos 90 com os Take That.
O australiano Michael Gracey não é estranho à realização. Em 2017, realizou o filme musical The Greatest Showman, protagonizado por Hugh Jackman, Zac Efron e Michelle Williams. Em 2021, para a Amazon Prime Video, interessou-se pela cantora Pink através do documentário P!nk: All I Know So Far, que acompanha a cantora na sua digressão mundial"Beautiful Trauma", em 2019.
Em 2025, o realizador e artista de efeitos visuais vai homenagear Robbie Williams num filme biográfico excêntrico, em que o protagonista principal será representado por um chimpanzé gerado por computador. Por detrás do macaco está o ator Jonno Davies.
"Eu sei o que estão a pensar. O que é que se passa com o macaco? Chamo-me Robbie Williams. Sou uma das maiores estrelas pop do mundo. Mas sempre me vi como um pouco menos evoluído ", explica Robbie Wiiliams num primeiro trailer revelado pela Paramount Pictures.
A nossa opinião sobre Better Man:
Com Better Man, Michael Gracey criou uma obra magistral e inventiva que traça a vida e a carreira de Robbie Williams. Entre a introspeção pungente e os números musicais espectaculares, este filme biográfico revisita os códigos do género para oferecer uma experiência cinematográfica profundamente comovente e visualmente ousada. Jonno Davies, que interpreta Robbie Williams sob a forma metafórica de um letreiro, apresenta um desempenho original e cativante, a meio caminho entre uma confissão íntima e uma celebração extravagante.
No centro da busca de identidade de Robbie Williams está uma relação tumultuosa com o seu pai, Peter, interpretado por Steve Pemberton. Artista falhado e obcecado pela fama, Peter abandona a família em busca de um sucesso que sempre o escapará. Este abandono tem um efeito profundo em Robbie, que cresce com a ideia de que a fama é a única forma de atrair a atenção do pai e preencher o vazio deixado pela sua ausência.
A atuação com nuances de Steve Pemberton faz justiça a esta personagem complexa, parte sonhadora desiludida, parte figura paterna distante. As cenas em que Peter e Robbie se cruzam, cheias de tensão e esperança, revelam a luta interior do artista, dividido entre o desejo de ter sucesso para satisfazer o pai e a raiva nascida do seu abandono. Estas interações enriquecem a narrativa, acrescentando uma dimensão extra à viagem emocional de Robbie, ao mesmo tempo que exploram o peso intergeracional do fracasso e das expectativas não cumpridas.
A decisão ousada de retratar Robbie Williams como um macaco expressivo é uma das escolhas mais marcantes do filme. Esta transformação, que pode parecer surpreendente à primeira vista, acaba por ser uma metáfora subtil para explorar as lutas interiores do artista com a fama, a dependência e o peso da sua imagem pública. Este simbolismo excêntrico reforça a humanidade e a fragilidade da personagem, tornando a história universal apesar dos seus tons fantásticos.
O filme não se limita a glorificar a carreira de Robbie Williams. Também se debruça sobre as suas relações pessoais, em particular com Nigel Martin-Smith, o empresário visionário interpretado por um Damon Herriman excecional. Martin-Smith, o criador dos Take That, é aqui retratado como um mentor complexo, oscilando entre manipulador e construtor, cujo impacto em Robbie é tão marcante quanto contraditório. A dinâmica entre as duas personagens oferece momentos de tensão e emoção intensas, iluminando as zonas de sombra por detrás da ribalta.
No papel da avó de Robbie, Alison Steadman traz um calor e uma ternura bem-vindos, encarnando um dos pilares emocionais do cantor. A sua presença confere uma humanidade tangível à história, ancorando as emoções numa relação familiar genuína. As cenas entre Robbie e a sua avó destacam-se pela sua sinceridade, oferecendo momentos de descanso e reflexão no meio do tumulto da fama.
Fiel ao seu estilo, a encenação de Michael Gracey é grandiosa, transformando cada número musical numa obra de arte visual. As canções emblemáticas de Robbie Williams, como She's the One e os êxitos dos Take That, são organicamente integradas na narrativa, ampliando as principais etapas da sua vida. A cena dos Take That, na sua icónica canção Rock DJ, filmada numa ousada sequência nas ruas de Londres, é um verdadeiro momento de bravura cinematográfica, em que a energia e a exuberância do grupo explodem no ecrã. Da mesma forma, o dueto dançado num barco com She's the One capta a graça e a poesia do início da sua relação com Nicole Appleton.
Visualmente, o filme alterna entre holofotes brilhantes e sequências mais escuras e íntimas, ilustrando com precisão os contrastes entre a vida pública e privada do artista. A fotografia e o trabalho de iluminação desempenham um papel fundamental na imersão, assim como a mistura de som, que coloca a música no centro da experiência cinematográfica.
Sob o seu ar de espetáculo deslumbrante, Better Man oferece um olhar lúcido sobre a celebridade e os seus excessos. Explora os vícios, a solidão, as relações paternais e os sacrifícios associados ao sucesso, ao mesmo tempo que presta homenagem à resiliência do artista. Este discurso universal sobre a procura de identidade ressoa muito para além da história de Robbie Williams, oferecendo uma reflexão pertinente sobre o star system e a relação com o público num mundo de excessiva cobertura mediática.
A personagem de Robbie Williams é surpreendente pela sua capacidade de combinar vulnerabilidade e exuberância. Revela-se com uma sinceridade desarmante, ao mesmo tempo que lança um olhar divertido e crítico sobre a sua própria carreira. O seu desempenho, apoiado pelas notáveis interpretações de Damon Herriman e Alison Steadman, eleva o filme a um nível de emoção e autenticidade que é raro no género.
Better Man não é um filme biográfico musical comum. Transcende o género com a sua ousadia artística, profundidade emocional e realização deslumbrante. Michael Gracey consegue vencer o difícil desafio de combinar espetáculo e introspeção, oferecendo um filme que irá agradar tanto aos fãs de Robbie Williams como aos fãs de grandes histórias humanas.
Com Better Man, Michael Gracey realiza uma obra magistral e inesquecível. Este audacioso e pungente filme biográfico musical é uma verdadeira celebração da música, da resiliência e da complexidade humana. Uma obra-prima que deixará uma marca duradoura no panorama dos filmes biográficos musicais e que tocará o coração de todos os que se aventurarem nele.
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