Edmond de Alexis Michalik no Théâtre du Palais Royal: a nossa crítica

A peçaEdmond deAlexis Michalik foi prolongada para uma 9ª temporada no Théâtre du Palais-Royal até 30 de março de 2025. Esta peça é uma ode à criação de Cyrano de Bergerac. Aclamada pela crítica e galardoada com cinco Molières, oferece uma reconstrução fascinante dos desafios enfrentados por Edmond Rostand para escrever a sua obra-prima.

Com uma encenação dinâmica e um talentoso elenco de doze actores, Alexis Michalik consegue cativar o seu público, misturando habilmente humor, paixão e momentos de pura emoção. Edmond trans porta o público para Paris no final do século XIX, oferecendo um raro vislumbre dos bastidores da criação artística no magnífico cenário do Théâtre du Palais Royal . Personagens históricas e fictícias cruzam-se numa história que vai muito além da simples biografia de Edmond Rostand, explorando os temas do amor, da amizade e da busca da perfeição artística.

Edmond, que regressa para uma nova temporada em outubro no Théâtre du Palais Royal,dirige-se a um vasto público: desde os amantes do teatro clássico até aos apaixonados pela história e àqueles que procuram simplesmente uma noite de entretenimento de qualidade. No entanto, os puristas que procuram uma adaptação rigorosa da obra de Rostand podem ficar surpreendidos com as liberdades narrativas tomadas por Alexis Michalik para enriquecer o espetáculo.

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Alexis Michalik, autor e encenador deEdmond, é conhecido pelo seu engenho e excecional talento narrativo. A sua obra caracteriza-se por uma dinâmica teatral inovadora, misturando história, emoção e humor. Com uma carreira rica e variada no teatro francês, Michalik conquistou o público e a crítica, acumulando prémios de prestígio, incluindo várias Molières. A sua capacidade de revisitar e revitalizar momentos históricos através do prisma do teatro moderno tornou-o uma figura-chave na cena cultural francesa. A peça, em cena no Théâtre du Palais Royal desde 2016, é uma celebração magistral do espírito criativo, imperdível para todos os amantes do teatro e da literatura franceses, em cena até30 de março de 2025.

A nossa crítica:

Conhecido do grande público, o dramaturgo Alexis Michalik não desilude as audiências. Assim que entramos no teatro, somos mergulhados no final do século XIX, com os actores já em palco e a conversar entre si. A encenação é inteligente, eficaz e dinâmica, não deixando tempo para o tédio. Rapidamente somos conquistados pela precisão dos actores e comovidos pela angústia deEdmond Rostand. O dramaturgo não consegue escrever a sua peça e está convencido de que será um fracasso. Benoît Constant Coquelin, que interpretará Cyrano, pede a Edmond que continue. Ao mesmo tempo, Edmond vê-se envolvido num triângulo amoroso entre o seu melhor amigo e a mulher com quem quer casar. Aproveita esta situação para escrever a sua peça.

Bebemos das palavras de Cyrano de Bergerac, recitadas pelos actores durante os ensaios, nesta soberba mise en abîme. A peça termina de forma triunfante, e damos por nós a aplaudir, tanto o público como os actores, e o aplauso serve também a peça. Uma peça imperdível. Um grande Michalik, de que nunca nos cansamos.