Reunidos no Château de Versailles, os deputados e senadores serão convidados a alterar o texto de 1958 para incluir a frase "a liberdade garantida às mulheres de recorrerem à interrupção voluntária da gravidez ". A sessão, presidida por Yaël Braun-Pivet, está agendada para as 15h30 na Salle du Congrès, um local repleto de história.
A cidade de Paris, em colaboração com a Fondation des Femmes, está a organizar uma retransmissão pública da votação do Congresso sobre a inclusão da interrupção voluntária da gravidez (IVG) na Constituição. O evento tem lugar hoje no Trocadéro, no Parvis des libertés et des droits de l'homme, para que todos possamos acompanhar juntos este momento significativo. Aguardamos a vossa presença a partir das 15h30m até às 18h30m.
Esta revisão constitucional surge num momento simbólico, imediatamente antes do Dia Internacional dos Direitos da Mulher, a 8 de março, sublinhando o empenho da França nos direitos das mulheres. O Primeiro-Ministro Gabriel Attal saudou-a como um sinal de progresso, em contraste com os retrocessos registados noutras partes do mundo.
Com uma maioria de três quintos necessária para a adoção, o texto parece estar garantido, graças ao apoio esmagador da Assembleia Nacional e do Senado nas votações preliminares. A medida goza igualmente de um amplo apoio popular, com mais de 80% dos franceses a favor, de acordo com as sondagens de opinião.
Mesmo os partidos tradicionalmente cépticos ou opositores, como a direita e a extrema-direita, votaram esmagadoramente a favor da reforma, apesar de algumas dúvidas. A votação no Senado foi particularmente significativa, ultrapassando as expectativas de uma assembleia inicialmente relutante.
Os debates em Versalhes estão a ser acompanhados de perto pelos activistas dos direitos das mulheres, estando previstas manifestações dos que se opõem ao aborto em Versalhes e dos seus apoiantes no Trocadéro, em Paris. O resultado da votação é esperado por volta das 18h30m.
Empenhada em defender os direitos das mulheres, nomeadamente o direito de controlar o seu próprio corpo e de ter acesso ao aborto, a cidade de Paris lançou recentemente uma importante campanha de sensibilização. A iniciativa sai à rua, vai às instituições públicas e aos meios de comunicação social para sublinhar o seu apoio ao direito essencial ao aborto. Destaca igualmente os centros de apoio disponíveis na cidade e divulga o número nacional gratuito e anónimo (0 800 08 11 11), gerido pelo Planeamento Familiar, para oferecer assistência e informação.
No âmbito desta reforma, está prevista uma cerimónia para 8 de março, com a presença do Presidente Emmanuel Macron, para selar este passo em frente na Constituição, afirmando a posição da França como pioneira na proteção dos direitos das mulheres.
Porque é que a Torre Eiffel está a brilhar nesta segunda-feira, 4 de março?
No dia 4 de março, o Parlamento francês reuniu-se no Congresso de Versalhes para consagrar o direito ao aborto na Constituição. Após a adoção desta revisão, a Torre Eiffel, símbolo intemporal da capital e de França, brilhará excecionalmente às 18h30, coincidindo precisamente com o momento em que os deputados e senadores votarão a consagração do direito à interrupção voluntária da gravidez (IVG) na Constituição francesa. [Leia mais]
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